sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cidade.

Esses dias estava andando pela calçada do centro, com um calor do capeta nas costas, passei na calçada da Igreja, onde todos finjem ser catolicos e fazem o sinal da cruz ao passar por lá, passei pela as lojas de sapatos onde vendedores trabalham sem parar, vendem para alimentar seus filhos, suas familias. Todos naquela inércia caminhando para lugar nenhum, comendo os salgados sujos dos chineses, japoneses e por aí vai, ao chegar em certa parte da cidade você percebe que as coisas acabam e que você não achou o que precisava e então a última coisa que vê é um bar, no bar você encontra o Zé, o Antonio eo Manuel com os problemas de sempre, todos fudidos, com as contas atrassadas, cheios de porre, e com a camisa suja que não trocam à dias, bebem para esquecer que existem, se jogam nas calçadas para se sentirem abraçados, eles não trocam figurinhas, não contam historias, eles vivem o filme de terror que você não faz ídea de como seja, o bicho papão vem atrás deles toda noite, deixa um copo de insônia e lagrimas, eles vomitam todo dia sem falta, é muita sujeira. Manuel, tente abrir uma padaria, arrume uma mulher, ou continue jogando na loteria, pra quem é companheiro da completa desgraça a sorte não é nada muito distante. Já o Zé vive de incerteza, certa hora tem Maria, certa hora Maria o deixa na porta de casa para morrer de frio, bebado e mijado, a desgraça nem o acompanha, nem esperanças de loteria ele tem, ele vive a miseria em todos os sentidos. E por fim Antonio, tem três filhos, perdeu a mulher, deve horrores no bar e quando não consegue pagar, toma uma surra, nada que o abale, afinal de todos vagando por aí, ele é o único que porta a verdade, tem total certeza que as coisas nunca vão melhorar, não pra ele.

2 comentários:

  1. verdades que já pensei andando por essas ruas.
    ficou foda lucas!

    ResponderExcluir
  2. Verdade que senti que levava uma surra como Antonio, ao ler esse poema.

    ResponderExcluir