quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Nicotina, covarde.

Ele suportava as coisas, um puta de um cara forte, não tinha nada na vida, um tremendo bundão, covarde, destemido, mentiroso, vitorioso. Tinha mais vitórias que aqueles loucos barbáros, ele não tinha o prazer de rancar cabeças, mas não precisava, a vida tentava rancar a sua constatemente, desenvolvera a habilidade de se defender contra qualquer coisa, não tinha mais lágrimas, um cara duro, coração de pedra. Já ELA por outro lado, um tanto meiga, simples, objetiva, cheirosa, não sentia nada que ele sentia, era destemida, tinha a força de um leão, cabelos até a metade das costas, com um tom que vinha do vermelho ao negro, olhos castanhos e cheios de esperança, vivia sorrindo e esperava por ele, ham, tola. Ele, ele era um verme, necessitava dela, de seu abraço e da sua força de vontade para empurra-lo, mesmo assim, não movia uma palha, ele tinha os olhos fundos e cheio de tristeza, opostos, se atrairam, mas não se contrairam, as pontas dos dedos amarelos, resultado do cigarro, desenhava na janela do ônibus, dia chuvoso, um dia eu à chamo para sair, tomar um drink quem sabe até termos uma bela noite, um dia ... Não morreu, não conquistou, não saiu, não provou, só sucumbiu, tentou tatear o balaustre antes de cair, não tinha mais tato, só lembrara da lamparina e o cheiro de cigarro, no subconsciente dele pensou, amanhã eu tomo um banho, acendo outro cigarro e tento não cair.

5 comentários:

  1. Poxa, texto foda, muito real, do fundo das entranhas!
    Muito foda, gostei!
    um abraço!

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  2. Muito bom velho, parabéns.
    Ahhh essas mulheres com cabelos de tom vermelho ao negro.

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  3. Sem palavras...simplesmente maravilhoso!

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  4. caralho lucas,texto foda mesmo.
    puxou do fundo e trouxe as palavras certas,gostei mesmo cara.

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